Já foram enumeradas algumas diferenças entre startup e pequena empresa, o que possibilitou uma melhor compreensão acerca deste conceito. Contudo, ainda falta apresentar alguns sinais que mostram que a startup deixou de ser startup. Existe uma mudança que é a mais cobiçadas pelos empreendedores: de startup a unicórnio e que, não é muito fácil de alcançar.
Como visto no artigo sobre definição de startup, uma startup é uma cultura e mentalidade de inovação baseada numa ideia de negócio que soluciona problemas existentes. Portanto, esta é movida pela ambição de atingir o sucesso e o caminho até lá é desafiante, enfrentando várias dificuldades pelo caminho. Contudo, uma startup é temporária e é importante entender quando é que esta passa a ser uma empresa designada normal.
A transição dá-se quando uma startup encontra um modelo de negócio e um produto adequado para o mercado e, por isso, encontra-se preparada para crescer.
Existem sinais que permitem uma identificação mais direta deste fenómeno e encontram-se enumerados de seguida.
Começa a adquirir outras startups
Se a sua startup se encontra bem estabilizada ao ponto de ter possibilidades para comprar outras startups, então provavelmente já não está perante uma startup.
A fase de risco foi ultrapassada
Segundo a Investopedia, risco é definido como uma oportunidade que surge com a possibilidade de perder parte ou todo o investimento. Ora, como startups têm esta vertente de incerteza, por conseguinte, este conceito também está relacionado.
Se já não existe a necessidade de obter grandes investimentos ou se o empreendedor já não tiver de sacrificar os seus investimentos pessoais para garantir a evolução da empresa, então esta provavelmente já não está na fase de startup.
Ter mais do que 30 empregados
Se o número de funcionários duplicou ou até triplicou desde a abertura do negócio ou se esta apresentar vários escritórios, agências ou sedes mundiais, então o negócio já não é mais considerado como uma startup.
Reconhecimento no mercado
Outro sinal muito comum é quando a startup tem reconhecimento próprio no mercado. Ou seja, quando esta não precisa de se associar com outras marcas mais conhecidas, para cativar parceiros ou clientes. Ocorrendo isto, então, já não está perante uma startup.
Quando os funcionários são bem pagos
Por fim, temos a questão monetária. Quando o negócio é lucrativo o suficiente para haver reservas monetárias no banco e garantir que os funcionários ganhem bons salários e usufruam de outros benefícios, então já não está perante uma startup.
Para além destes sinais, existe uma regra bastante conhecida que determina quando uma startup deixa ou não de a ser e faz a transição de startup a unicórnio. O escritor do TechCrunch e empresário Alex Wilhelm definiu a sua própria regra 50-100-500 em que segundo esta, se uma empresa exceder algum destes critérios deixa de ser considerada startup: taxa de execução da receita de 50 milhões de dólares (num prazo de 12 meses), possuir 100 ou mais funcionários ou ser avaliada por mais de 500 milhões de dólares.
Existem muitas métricas utilizadas para definir startups, como por exemplo, o número de funcionários, número de rondas de financiamento e receita. Porém, é preciso relembrar que uma startup vai muito além de números, sendo também considerada um estado de espírito.
O que há para além de startup?
Devido á intensificação da fama alcançada por este mundo de empreendedorismo, provavelmente todas as pessoas já se depararam com a utilização dos termos scaleup e unicórnio nos sites de notícias, jornais ou mesmo nas redes sociais. Mas será que sabe o que realmente significam? Iremos explicar de seguida estes conceitos.
Scaleup
Uma scaleup tem por base o modelo de negócio escalável criado aquando da sua fase startup. Por isso, estas empresas conseguem aumentar a sua produtividade e melhorar os seus resultados financeiros sem que os custos associados cresçam no mesmo ritmo.
Estas também se encontram num grupo de empresas de alto crescimento. Mais detalhadamente, cresceram 20% por ano por 3 anos consecutivos (quer seja crescimentos financeiros quer seja crescimento do número de funcionários).
Scaleups geralmente são pequenas e médias empresas, ao contrário da comum associação deste conceito com grandes empresas. Para uma empresa ser scaleup não basta existir um ritmo de crescimento acelerado, mas também existir um modelo de negócio sustentável, ou seja, com o passar do tempo o seu crescimento é ponderado pela margem de lucro associada.
Outra diferenciação está no perfil do empreendedor, onde este procura criar um impacto na sociedade retribuindo a ajuda que recebeu durante esta jornada seja em mentoria ou investimento em novas empresas.
O conceito de scaleup é apenas uma fase do ciclo de vida da empresa. Assim que esta atinja um nível de estabilidade, deixa de ser considerada scaleup.
Unicórnio
Quando se ouve histórias de grande sucesso de startups geralmente referem-se a empresas que transitaram de startup a unicórnio. Exemplos destas são o Facebook, Uber e Airnbnb.
Unicórnio são empresas fundadas após 2003 que possuem uma avaliação atual de mais de 1 bilião de dólares. Este conceito foi criado pela capitalista de risco Aileen Lee, que após uma investigação sobre as startups existentes nos anos 2000, conclui que apenas uma mínima percentagem destas atingiam uma avaliação deste gigante valor. Como ela afirmou, encontrar startups que atingissem a marca dos 1 bilião de dólares seria tão raro quanto encontrar um unicórnio.
Todavia, este fenómeno já não é considerado assim tão raro como antigamente, sendo que cada vez assistimos a um aumento de interesse nas startups por parte de investidores, o que leva a que mais dinheiro seja investido nestas e, consequentemente um aumento da probabilidade de uma startup progredir no seu percurso de vida e atingir o tão desejado, estatuto de unicórnio.