Após ultrapassada as primeiras etapas, nomeadamente a ideação e conceção, cabe agora ao empreendedor abrir a sua startup considerando todos os aspetos legais envolvidos. Antes de se aventurar no desenvolvimento do seu produto, o empreendedor necessita de seguir os passos enumerados de seguida a fim de estabelecer um negócio e garantir, pouco a pouco, o sucesso do seu negócio:
Procurar possíveis sócios
O primeiro passo a tomar para estabelecer um negócio é determinar se o empreendedor precisa e quer ter um sócio. Ter alguém como quem compartilhar medos, anseios, expectativas, vitórias torna o processo mais seguro e viável.
Ao ter um sócio, o empreendedor irá ter mais segurança e confiança em avançar com a sua ideia. Contudo, não significa que este seja o elemento chave para obter sucesso. Neste passo, deve considerar as vantagens e desvantagens que ter um sócio acarreta e por fim determinar se no seu caso, necessita de um ou não.
Caso pretenda enfrentar os desafios deste ambiente empreendedor sozinho, deve então mentalizar-se que está por sua própria conta e risco. Isto é válido quer para as situações benéficas quer para situações menos boas.
Caso contrário, deve iniciar a procura por sócios. As competências dessa pessoa ou pessoas deve complementar as competências do empreendedor de modo a obter as competências necessárias para o desenvolvimento do negócio. O empreendedor pode encontrar potencias sócios em feiras ou eventos de empreendedorismo, entre família e amigos, fundadores de outras startups, entre outros.
Conseguir financiamento
Ter uma boa ideia não chega e um dos recursos mais importantes, se não mesmo o mais importante, é o financiamento. Aliás, muitos indivíduos com ideias de grande potencial de sucesso não conseguem colocá-la em prática por falta de financiamento ou dificuldade em obter investimentos externos. Estabelecer um negócio exige um grande investimento inicial uma vez que é necessário cobrir todas as despesas que esta acarreta até que comece a gerar receitas e lucros.
Nesta fase, o empreendedor e sócios, se aplicável, deve decidir como vai financiar o seu negócio. O ideal seria que estes conseguissem financiar o seu negócio com capitais próprios. Contudo, a percentagem de empreendedores que conseguem criar uma empresa sem recorrer a investidores é bastante reduzida.
Assim, é necessário fazer uma estimativa o mais realista possível das necessidades de capital fundamental para o arranque do negócio através de um plano financeiro. Posteriormente deve preparar uma apresentação junto de possíveis investidores. O objetivo desta fase é conseguir algum compromisso de financiamento que assegure a criação da empresa e oficializar este com um advogado.
Formalizar a empresa
Uma vez ultrapassada a questão de financiamento, o empreendedor pode avançar para a constituição formal da sua startup. Estes na agitação e entusiasmo de quererem colocar a sua ideia em prática, acabam por adiar os aspetos administrativos de caráter burocrático que formalizar uma startup implica.
Apesar desta ser uma fase bastante penosa e pouco interessante, esta é essencial para o sucesso de um negócio. Assim, deve ser tratada o quanto antes, de modo a evitar possíveis problemas jurídicos futuros.
Os processos burocráticos variam de país em país. Ou seja, o empreendedor deve consultar os guias específicos sobre o país onde deseja estabelecer a sua empresa. Além disso, dependendo da situação e do tipo de negócio, pode ser vantajoso e recomendável até a contratação de um advogado experiente neste ramo a fim de garantir que todos os aspetos legais são abrangidos.
De seguida encontram-se os 6 aspetos administrativos que qualquer empreendedor precisa de tratar para a sua startup ou pequena empresa:
Nome de negócio
O primeiro passo para a constituição formal de uma empresa é a escolha do nome. Este desempenha um papel principal uma vez que estará presente em todos os aspetos e atividades empresariais e por isso é necessário que seja adequado.
Depois da identificação do nome, é fundamental verificar se este não viola os direitos de uma empresa já existente. Caso esteja, é necessário escolher outro nome e repetir o processo de verificação. Após eleito um que seja possível, o empreendedor deve registá-lo.
Forma jurídica da empresa
A forma de como a empresa se apresenta juridicamente é bastante importante para o seu funcionamento e terá impacto nos vários fatores desde o nome da empresa, a responsabilidade do fundador e sócios e as taxas e juros a serem pagos.
Cada país oferece várias formas jurídicas, cada uma com as suas particularidades, sendo que cabe ao empreendedor analisar estas detalhadamente e escolher aquela que lhe parecer mais indica ao tipo de negócio que deseja criar. Este pode escolher uma forma jurídica inicial e depois alterar, caso sinta que a atual não é a mais adequada.
Permissões e licenças comerciais
Dependendo do tipo de negócio e da localização física, pode ser necessário que o empreendedor tenha uma ou mais licenças ou permissões comerciais, a nível estadual, local ou federal. É importante que o empreendedor faça uma pesquisa sobre quais documentos são necessários e onde obtê-los.
Número de Identificação Fiscal
Esta identificação é semelhante ao número de segurança social individual, só que para empresas. Mesmo que o empreendedor seja o único proprietário da empresa, é recomendado ter uma identificação dedicada apenas a assuntos comerciais da empresa, permitindo que as agências governamentais possam controlar as transações da empresa.
Conta bancária
De modo a separar as atividades pessoais das atividades comerciais, é necessário abrir uma conta bancária em nome da empresa onde vai conter os lucros e receita que o negócio gerará. A startup ao ter uma conta bancária própria também aumenta as chances de obter um empréstimo comercial.
Leis dos trabalhadores
Existe também burocracia associada à contratação de recursos humanos para a empresa. O empreendedor necessita de entender corretamente quais os procedimentos exigidos e quais as obrigações que este tem, tais como, impostos sobre os salários, seguro de trabalho, regras de remuneração dos trabalhadores, entre outros. É aconselhável que este se reúne com um profissional de direito de trabalho de modo a cumprir com todas as regras envolventes.
Escolher equipa de trabalho
Nesta fase, o empreendedor deve começar por estimar o número e perfil de parceiros que vai necessitar para desenvolver o seu produto. Este é um passo fundamental para estabelecer um negócio e não devem ser selecionadas pessoas pelas suas capacidades de investimento financeiro, mas sim pelas suas qualidades técnicas.
O empreendedor deve seguir a mesma tática apresentada na fase de seleção da equipa de trabalho para a sua empresa. Ou seja, deve contratar profissionais com competências diferentes das suas de modo a obter as competências técnicas necessárias para o bom desenvolvimento e que partilhem da mesma visão do negócio e a mesma ambição.
Caso não seja necessário, o empreendedor pode aproveitar esta fase para estabelecer o seu próprio contrato de empregado independente, caso trabalhe sozinho, ou então preparar um plano de contratação para o futuro.
Escolher local de trabalho
Definir o local de trabalho é um passo fundamental para estabelecer um negócio. Este pode influenciar não só o sucesso do negócio como também a expansão do mesmo. Dependendo do tipo de negócio e do tamanho da equipa de trabalho necessária, o empreendedor pode optar por um formato home office, trabalhando a partir de casa ou num espaço de cowork, ou então arrendar ou comprar um espaço comercial.
O local escolhido para estabelecer a empresa pode fazer toda a diferença. É através desta o clientes e parceiros criarão as suas primeiras impressões acerca do negócio. O empreendedor deve, portanto, ponderar sobre qual tipo de espaço é mais vantajoso para o seu tipo de negócio, a atividade a desenvolver, aos alvos que quer alcançar, entre vários outros fatores.
Escolher um sistema de contabilidade
A contabilidade da futura empresa é algo que todos os empreendedores devem ter em consideração. É através desta que orçamentos são criados e geridos, taxas e preços são definidos, pagamentos de impostos são feitos, negócios com terceiros são estabelecidos, entre vários outros aspetos burocráticos.
Nesta fase, o empreendedor deve definir se tem capacidades para tratar destes assuntos. Ou seja, se consegue desenvolver o seu próprio sistema de contabilidade ou se é mais favorável a contratação de um contabilista. Com o apoio de um especialista, a legalização da startup torna-se muito mais rápido e simples. Assim, não tem de se preocupar com a área contábil e tributária, nem pelas folhas de pagamento, evitando assim falhas administrativas. Da mesma forma, aumenta as chances de sucesso do negócio.
Seja qual for o método que o empreendedor escolher, o aspeto de contabilidade é importante para o bom funcionamento do negócio e deve estar sempre atualizado.
Iniciar a atividade da empresa
Concluídos os passos anteriormente apresentados, a startup encontra-se então estabelecida legalmente e pronta para desenvolver o tão aguardado produto. Nesta fase, o empreendedor tem de verificar se todos os pontos se encontram prontos para começar a atividade prática da empresa para num futuro próximo, angariar clientes.
Concluindo, estes são os passos principais para estabelecer um negócio. Contudo não significa que sejam os únicos passos, sendo da responsabilidade do empreendedor e sua equipa determinar se é necessário seguir mais etapas.
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