Iniciar um negócio é algo muito estimulante e entusiasmante para os empreendedores. A antecipação pela fase do lançamento do produto pode levar a que estes ignorem a importância que a fase do branding apresenta. Assim, neste artigo será explicado o que é branding e onde é aplicado.
O que acontece com muitas startups e pequenas empresas é estas desenvolverem um produto, por vezes com bastante potencial de mudar mundos, e não conseguirem alcançar o público. Isto pode ser muito desmotivador e é fácil colocar a culpa numa estratégia de marketing pouco adequada. Mas na verdade, a maioria das vezes está numa marca defeituosa e não no marketing.
É extremamente difícil ou até mesmo impossível comercializar um produto com sucesso sem uma forte identidade de marca. É por esse motivo que o branding não pode ser desvalorizado por novos empreendedores e também por empresas já bem assentes no mercado. Ou seja, uma gestão de marca influencia diretamente os resultados de sucesso ou insucesso de uma empresa. Assim, deve ser definida o quanto antes uma vez que é a base para o marketing.
Branding é um processo complexo de gestão da marca que não traz resultados imediatos, mas produz resultados duradouros a médio/longo prazo se bem aplicado.
Esta estratégia é utilizada pelas grandes empresas mundiais há bastante tempo. É através desta que automaticamente associa-se o slogan “Just do it” à Nike ou o símbolo de uma maça trincada à Apple.
Startups têm a tendência de investir no branding apenas quando vêm as suas campanhas de marketing fracassadas, o que pode por vezes ser algo irreversível e daí resultar no insucesso do negócio. Por isso, branding deve ser algo a ter em conta já nas fases embrionárias de um negócio.
O que é branding?
Branding é uma estratégia de gestão de marca de uma determinada empresa, envolvendo um planeamento a longo prazo. Assim, o objetivo é torná-la mais forte e presente no mercado, sendo reconhecida facilmente pelo público, admirada e desejada pelos produtos que oferece.
Representa um esforço constante e deve ser tratado como um projeto da empresa. Todos os seus constituintes contribuem pois para fazer com que os de fora se interessem pelos produtos, é necessário começar com os de dentro do negócio.
Branding inclui a premissa de que uma marca precisa de ser planeada, estruturada, gerida e promovida. Assim, assegura que todos os seus potenciais clientes, fornecedores e todas as partes envolvidas entendam o posicionamento da empresa. Além disso, aumenta a sua relevância e visibilidade no mercado a fim de obter uma boa reputação com o público.
Este conceito envolve mais uma conexão emocional do consumidor do que propaganda. Seja para conectar com o público, crescer no mercado, atrair investimentos para o negócio ou aumentar as vendas, uma empresa precisa de uma marca forte. Por isso é que o branding é necessário quer seja para uma startup quer seja para uma empresa reconhecida mundialmente.
O que é uma marca?
É bastante comum que as pessoas associem marca apenas ao logótipo da empresa. Apesar desta ser uma parte fundamental desta, uma marca abrange muito mais. Uma marca não é só um logótipo, um nome ou uma entidade visual. É um conjunto de sentimentos e experiências que o público tem sobre o produto que a empresa oferece e abrange tudo aquilo que representa um negócio.
Assim, uma marca envolve sons, cores, tipografias, formas e muitos outros elementos que a tornam única e distinta de terceiros. Estas precisam de valores compartilhados que irão influenciar todas as ações da empresa, desde o desenvolvimento do produto até ao momento que este é lançado no mercado aplicando estratégias de marketing. Este percurso irá levar a um posicionamento no mercado, que é um dos principais motivos das pessoas se relacionarem e manterem-se fiéis a uma determinada marca.
É preciso notar que cada pessoa tem a sua própria perceção das coisas devido a diferentes contextos sociais, culturais, económicos, experiências de cada individuo. O que implica que irá haver interpretações diferentes em relação ás marcas. Uma das preocupações do branding é proporcionar experiências satisfatórias e únicas do início ao fim, daí o reforço da ideia que esta é uma ação que deve ser implementada por todas as empresas.
Como aplicar uma gestão de marca?
Definir uma marca não é algo que se faça da noite para o dia. É um processo complexo que implica escolher acertadamente estratégias para tornar uma marca forte e presente no mercado. Ao mesmo tempo implica garantir personalidade e humanidade nas mensagens a transmitir.
O primeiro passo consiste na compreensão de quem é a empresa e quais os valores desta. A empresa precisa de ter uma identidade forte e coerente. Assim, através de branding esta atingirá níveis de destaque elevados, aumentando as chances desta se tornar um dos líderes do mercado em questão.
Em seguida encontram-se algumas estratégias utilizadas no branding para atingir os objetivos da empresa.
Reflexão inicial da empresa
A fim de construir uma marca, é necessário que o empreendedor analise o seu negócio detalhadamente de forma a identificar os porquês desta. Esta reflexão serve para identificar os componentes únicos desta que irão ajudar na conexão com o público e consiste nos seguintes pontos:
Propósito
Definição da razão de existir. Nesta etapa, o empreendedor deve determinar o porquê da criação da empresa e quais as suas motivações ou então, determinar o porquê dos clientes ou colaboradores acreditam no negócio. Muitas vezes, este propósito acaba por se tornar no slogan da empresa.
Promessa
Representa o que a empresa se compromete a fazer na prática a fim de tornar o propósito realidade. Enquanto o propósito funciona de modo interno de descoberta e compreensão sobre como mudar o mundo, a promessa torna isto palpável.
Atributos
São as caraterísticas e valores da marca que definem como esta irá atingir os seus objetivos, desde a forma de comunicação até à forma de trabalho dos colaboradores. Através destas a humanização da marca será estabelecida e alinhada com as expectativas.
Posicionamento
Consiste na definição de valores, missão e visão de uma empresa. Para atingir isto, o empreendedor deve entender o mercado e o que os consumidores precisam e desejam sendo que em seguida, deve olhar para dentro da empresa e entender como a sua solução consegue responder de forma relevante e estabelecer o seu lugar no mercado.
Entidade visual da empresa
Ter uma entidade visual permite que as empresas sejam facilmente reconhecidas com apenas uma cor, ícone ou pelo logótipo. No entanto, existe um conjunto de elementos que permitem criar uma marca consistente na sua comunicação visual com o público.
As primeiras coisas a serem definidas são, sem dúvida, a criação de um nome e um logótipo para a empresa. Porém, existem outros elementos essenciais no processo de branding e que por vezes são desprezados pelos empreendedores. De seguida encontram-se estes elementos referidos.
Cores
As cores não contribuem apenas com um aspeto mais apelativo das empresas, mas destacam a marca e permitem que esta transmita sensações e crie associações positivas com o público. Uma vez que cada cor transmite uma determinada ideia e desperta determinados sentimentos (psicologia das cores), é necessário que o empreendedor no momento da escolha das cores institucionais do seu negócio, reflita sobre a ideia que quer transmitir ao seu público.
Logótipo
Elemento gráfico, geralmente formado por pelo menos duas ou mais letras que se difundem numa só, que representa uma entidade (empresa, instituição, marca de produto ou serviço). Este é considerado uma assinatura empresarial, identificando-a e tornando-a única, estando presente nos vários documentos e materiais gráficos da empresa.
Ícones, símbolos e ilustrações
Apesar do logótipo ser o símbolo mais reconhecido numa marca, existem outros elementos que suportam uma identidade. Estes elementos podem ser ícones, símbolos e ilustrações sendo que o mais importante para o empreendedor é a criação destes com o objetivo de tornar a identidade visual mais conectada onde todos os elementos tenham ligação uns com os outros.
Tipografia
Assim como as cores, a escolha da fonte e tamanho das letras são fundamentais para transmitir uma mensagem ao público. Normalmente, as marcas possuem fontes primarias e secundárias de tipografia, sendo que as primeiras são utilizadas para os logótipos e ficam mais conhecidas, e as segundas utilizadas noutras comunicações como por exemplo, em redes sociais e campanhas de marketing.
Slogan
As palavras podem ser muito poderosas no momento de definição de uma marca e a utilização de slogans é muito frequente em empresas. De uma forma breve, slogans são frases curtas e de fácil memorização que expressam os objetivos da empresa e os benefícios dos seus produtos ou serviços. Servem para apoiar a comunicação das marcas quando apenas o logótipo não é suficiente.
Tom e Voz
Outro aspeto fundamental na construção de uma marca, é a definição da maneira de como a empresa se irá dirigir ao seu público. Aqui entram os conceitos de voz, constitui a personalidade e atitude verbal da empresa, e tom, que representa a forma como esta personalidade se adapta em situações especificas, a grupos de pessoas ou em cenários particulares. O empreendedor deve aplicar consistência nestes dois aspetos de modo a construir a sua reputação, confiança e um reconhecimento forte da marca.
Manual da marca
Corresponde a um guia de regras gerais sobre como moldar o visual da marca em diversas situações. Neste guia encontram-se as diretrizes criativas da marca, envolvendo cores, fontes e formas de aplicação destes elementos a fim de garantir que o foco esteja na consistência e não na repetição. Não adianta colocar o logótipo em tudo o que é publicado ou em todas as ações que a empresa faça, pois, a repetição pode ser massacrante para o público.
Escolha das melhores estratégias de branding
Estes dois passos reúnem tudo aquilo que uma marca precisa ter para lançar um produto no mercado. Porém, antes do empreendedor iniciá-los, precisa de definir as personas, que correspondem ao perfil do cliente ideal. Ou seja, passar pelo processo de identificação das suas caraterísticas, necessidades, desejos, problemas e interesses a fim de utilizar estas informações de forma positiva na elaboração das estratégias de branding.
Uma vez definidos e planeados estes pontos referidos, o empreendedor pode começar a escolher os canais de comunicação que melhor se adequa à personalidade da marca desenvolvida. Aqui, pode-se tirar um grande potencial de divulgação da marca nas redes sociais.
É preciso ter em conta também os postos de venda dos produtos ou serviços, seja esta uma loja física seja virtualmente, é fundamental que a aparência desta esteja em sintonia com a identidade visual definida anteriormente, de forma a garantir uma melhor chance de reconhecimento por parte do público. Após isto, podem ser aplicadas táticas de marketing de modo a fortalecer a presença da marca no mercado.
Concluindo, criar e manter uma boa estratégia de branding é bastante difícil e complexo, mas fundamental para qualquer empresa. As grandes marcas são reconhecidamente líderes nos seus mercados porque, além de oferecerem produtos ou serviços incríveis, investem constantemente na sua relação com o público.
[smartslider3 slider=8]