Por que incubadoras falham no apoio a startups
As incubadoras representam a principal entidade procurada por startups. Estas dispõem vários tipos de serviços para ajudar empreendedores a alcançarem o sucesso. Contudo, startups ainda se queixam da falta de acessibilidade dos serviços. Então, por que incubadoras falham no apoio a startups?
Contextualização da pesquisa
O número de startups em Portugal e na Europa central tem aumentado nos últimos anos. Vários empreendedores com uma visão do mercado diferente do comum vêem oportunidades e dão início aos seus projetos. A fim de apoiar estas startups, seja no seu início ou durante o seu percurso, existem vários tipos de apoio e muitas empresas de serviços (tecnológicos, financeiros, marketing, entre outros). Contudo, existem ainda várias lacunas na agregação destes serviços e na modulação de todo o negócio.
Com este conhecimento foram desenvolvidos dois questionários, um para startup e outro para incubadoras. Em primeiro lugar, o objetivo era identificar as principais dificuldades encontradas pelas startups em Portugal, ao longo do seu ciclo de vida. Já no segundo caso, o objetivo era conhecer o papel das incubadoras na criação de startups portuguesas.
Após análise dos resultados obtidos nos questionários, podemos afirmar que as necessidades das startups não estão a ser totalmente satisfeitas pelas entidades a quem estas procuram algum tipo de apoio.
Nos capítulos que se seguem estão apresentados as principais falhas dos serviços prestados pelas incubadoras considerando as principais necessidades das startups.
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Análise dos resultados
Primeiramente, os resultados obtidos nesta investigação foram analisados individualmente. Assim, nesta secção dá-se a comparação dos dados recolhidos de modo a identificar os motivos por que incubadoras falham no apoio a startups.
Fase mais difícil vs fase com mais apoio
Comparando as fases mais difíceis com as fases com mais apoio, deparamo-nos com uma coerência significativa. De um modo geral, as incubadoras tendem a prestar mais apoio nas fases onde startups têm mais dificuldades.
As startups consideram o desenvolvimento do produto, o lançamento no mercado e a fundação da empresa como as fases com mais dificuldades. Da mesma forma, as incubadoras fornecem mais apoio na fundação da empresa, no desenvolvimento do produto e na ideação e conceito.
Assim, a falha detetada encontra-se na fase de lançamento no mercado sendo que nesta, as incubadoras prestam menos apoio.
Fase de ideação e conceito
Relativamente ás fases de uma startup, deparamo-nos com inconsistências relavantes. Ou seja, as áreas onde as startups alegam ter mais dificuldades em obter ajuda por parte das entidades externas são as mesmas que estas últimas afirmam serem os principais serviços fornecidos ás startups. Com isto, podemos concluir que apesar dos esforços realizados pelas incubadoras para apoiar o melhor possível as startups, estes não são suficientes.
Contudo, também são observadas algumas discrepâncias em relação a certos serviços necessários para o bom funcionamento das startups e o respetivo nível de prioridade dadas pelas incubadoras. Isto pode ser um dos motivos por que incubadoras falham no apoio a startups.
Na fase de ideação e conceito, verificamos a inconsistência referenciada anteriormente. Ou seja, os serviços como a criação do plano financeiro e a análise de viabilidade do produto são aqueles que as startups mais dificuldade têm em obter apoio. Contudo, são também uns dos principais serviços fornecidos pelas incubadoras.
Da mesma forma, nas estimativas de custo e duração e encontrar sócios para os negócios também refletem as discrepâncias referidas anteriormente.
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Fase de fundação da empresa
Na segunda fase, a questão da obtenção de incentivos ou fundos encontra-se em destaque. Ou seja, é a maior dificuldade que startups têm em obter apoio e o principal serviço fornecido pelas incubadoras.
Apesar dos esforços feitos pelas entidades em fornecer o máximo apoio financeiro, este não é suficiente. As incubadoras têm consciência deste problema uma vez que estas procuram estabelecer parcerias principalmente para fins de financiamento. Contudo, o nível de acessibilidade destes serviços apresenta-se como um dos mais baixos.
Com isto, podemos afirmar que o problema não se encontra essencialmente nos serviços das incubadoras em si, mas sim dos serviços contratados externamente por estas. Assim, este pode ser um dos motivos por que incubadoras falham no apoio a startups.
Fase de identidade corporativa
As startups não encontram grandes dificuldades nesta fase, em comparação com as restantes fases. Contudo, conseguimos verificar que existem discrepâncias entre os serviços mais procurados e os mais fornecidos pelas incubadoras.
Assim, as incubadoras focam-se mais na elaboração do corporate identity e design. Além disso, também fornecem apoio no desenvolvimento da landing page.
Por outro lado, as startups sentem mais dificuldade na elaboração de um styleguide, corporate identity e design e no desenvolvimento da landing page.
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Fase de desenvolvimento do produto
O desenvolvimento do produto é das fases mais importantes para uma startup. Com isto, também é das fases onde estas sentem mais dificuldades. Além disso, existem várias discrepâncias e incoerências nas respostas desta investigação, alusivas a esta fase.
As incubadoras focam os seus serviços numa fase mais posterior do desenvolvimento em si. Ou seja, com a realização de testes sobre o produto e a sua adaptação ao feedback recebido nestes testes. Por outro lado, as startups sentem mais dificuldades numa fase anterior a esta, mais concretamente, na adquisição de profissionais e na definição das funcionalidades.
Assim, estas incoerências revelam alguns motivos por que incubadoras falham no apoio a startups. Uma possível justificação destes resultados é que os serviços alusivos a esta fase são prestados por outras organizações.
Ao verificar quais as principais entidades onde as incubadoras procuram estabelecer parcerias notamos que a segunda posição é ocupada por parceiros com competências de desenvolvimento. Com isto, podemos concluir, mais uma vez que, o problema não se encontra essencialmente nas incubadoras em si, mas sim dos serviços contratados externamente por estas.
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Fase de lançamento no mercado
Por fim, na última fase, o lançamento no mercado, a principal dificuldade sentida pelas startups é a atração e angariação de clientes.
Uma percentagem das incubadoras não acompanha as suas startups nesta fase, ou seja, terminam o seu programa de apoio na fase anterior a esta. Contudo, a outra percentagem continua o seu apoio e verifica-se que existe um nível alto de procura de parceiros com competências de marketing. Assim, estes serviços estão focados para uma fase inicial, desprezando de certo modo serviços mais específicos e focados em atingir dos objetivos definidos.
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Acessibilidade dos serviços externos
As incubadoras aplicam esforços para fornecer serviços de qualidade a startups mas também sentem certas dificuldades na contratação destes serviços externos.
Os serviços de desenvolvimento do produto, de financiamento e de assessoria jurídica são os que apresentam menor nível de acessibilidade. Ou seja, este pode ser um dos motivos por que incubadoras falham no apoio a startups.
Desafios gerais do ciclo de vida
Por fim, numa última análise temos os principais desafios enfrentados pelas startups ao longo do seu ciclo de vida.
O maior obstáculo destas é o tempo despendido no contacto com entidades diferentes. Em seguida encontra-se a gestão temporal. Com isto, é possível determinar que o tempo é um fator muito importante considerado pelas startups.
A principal caraterística destas é a sua incerteza associada, daí serem consideradas como um empreendedorismo de alto risco, ou seja, tempo é dinheiro, daí a importância de um bom planeamento temporal.
Conclusões finais
Posteriormente à análise dos resultados, podemos concluir que seria realmente vantajoso para as startups se estas conseguissem adquirir serviços numa só entidade. Ou seja, todos os serviços desde o plano de negócios à captação de recursos, do desenvolvimento do produto ao seu lançamento no mercado.
Este conceito permitiria uma melhor gestão e aproveitamento do tempo pois não seria necessário gastar tempo em contacto com múltiplas entidades. Da mesma forma, aumentaria também o nível de confiabilidade entre empresa e startup uma vez que os parceiros seriam sempre os mesmos. Assim, o conceito de single point of contact (comunicação estabelecida apenas pelo responsável geral do projeto, sem excluir possibilidade de comunicação de especialistas para informações mais técnicas) seria bastante importante. Haveria centralização da comunicação impedindo que dados importantes sejam perdidos. Com isto, aumentava-se a produtividade e agilidade na resolução de problemas.
Além disso, também haveria uma melhor gestão de tempo pois não há necessidade de falar com vários indivíduos ou entidades. Assim, fornecendo um acompanhamento nos serviços prestados por apenas uma empresa desde a fase mais inicial, permite uma melhor integração da ideia e estratégias a adotar. Um maior respeito pelo conceito da startup pela empresa seria garantido, sendo que o empreendedor e a sua ideia de negócio estaria sempre em primeiro lugar.
Outro aspeto importante para colmatar a má gestão temporal seria uma flexibilidade na alocação de horas nos serviços. Ou seja, o empreendedor decide quais as funcionalidades do seu produto que a equipa de trabalho iria dedicar mais tempo. Conjugado a este aspeto, uma transparência total permitiria que o empreendedor tivesse acesso em tempo real ao estado do projeto. As vantagens deste conceito focam-se mais num maior controlo sobre a startup por parte dos fundadores e consequentemente, numa maior satisfação.
Como o podemos ajudar?
Em suma, com um acompanhamento de uma equipa de trabalho boa e respetivas fontes de apoio, as startups podem ver o seu negócio ser realizado de forma eficaz. O que vai em conta com a visão da The IT Factory.
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